Cheguei um pouco antes e mais compacta, posso entrar?
Sextou na quinta e essa é uma versão compacta e antecipada da nossa newsletter semanal, mas pode sentar porque temos história.
Oi, pessoal!
Chegando por aqui com um dia de antecedência porque amanhã estarei sem recursos tecnológicos para fazer essa newsletter. Isso não significa que não temos assunto, muito pelo contrário: desde domingo o Brasil não parou de produzir notícias. Santa Catarina vai de arrasto neste mesmo clima: zero segundos de paz. Vamos começar?
Vi no Jornal
1- Zero quatro réu - Está encrencado o projeto de candidato a vereador Jair Renan Bolsonaro, o ZERO (à esquerda) QUATRO. Depois de ser indiciado, virou réu na justiça por falsidade ideológica e lavagem de dinheiro, crimes bem basiquinhos, né pessoal? Vamos esperar o processo correr, mas caso se confirmem os crimes tenho certeza que Balneário Camboriú não vai dar um mandato para alguém com um currículo desses.
2 - Perdeu e se perdeu - A extremista Julia Zanatta perdeu uma ação na justiça em que pedia indenização por danos morais à deputada e presidente do PT Gleisi Hoffmann. Na sentença, o juiz Marcelo Carlin observou que é “desnecessário destacar que uma das características mais preocupantes do fascismo é justamente promover uma cultura de violência contra os adversários, que são elevados à condição de inimigos internos, são demonizados, são desumanizados, intimidados e silenciados”. A bolsonarista disse que vai recorrer e manifestou descontentamento com a sentença.
3 - Vergonha alheia outra vez - O prefeito de Rio do Sul conseguiu atrair a atenção da opinião pública, mesmo estando de férias em Nova York. Num ato de truculência e anti-democrático, cancelou um evento com temátia LGBTQIA+. É importante que o prefeito tome consciência de que a diversidade de gêneros e orientação sexual não é crime. O que deveria ser crime é prefeitos como ele e Clésio Salvaro julgarem que vivem em autocracias em que podem retirar o direito da população de acessar a arte e a cultura.
Craque do Jogo
The New York Times - O jornalão gringo furou a imprensa nacional e trouxe vídeo e apuração completa sobre dois dias em que o ex-presidente Jair Bolsonaro passou na embaixada da Hungria. A suspeita é de que ele tenha ido para não ser preso, já que a “visita” ocorreu poucos dias após a apreensão do seu passaporte. A imprensa nacional ficou entre constrangida e indignada com o furo. Alguns figurões chegaram a sugerir a liberação do sigilo da fonte, um dos preceitos mais básicos do jornalismo.
De Olho Neles
Preso, mas ainda com mandato, o deputado Chiquinho Brazão, suspeito de ser um dos articuladores da execução da vereadora Marielle Franco, era parte Comissão de Desenvolvimento Urbano (CDU), um dos grupos que discute pautas de interesse das milícias do Rio de Janeiro. Na Câmara, Brazão teve atuação apagada nos últimos anos, mas o perfil Destoando resgatou uma emenda destinada por ele a um Instituto também apadrinhado pelo bolsonarista Carlos Jordy.
Deu ruim
Freixo avisou - A investigação da Polícia Federal que resultou no pedido de prisão dos mandantes do assassinato de Marielle Franco tinha o registro de um vídeo postado por ela em outubro de 2017 no Facebook. No vídeo, Marcelo Freixo, com quem Marielle tinha uma relação próxima, questiona Flávio Bolsonaro sobre seu apoio a Domingos Brazão, um dos mandantes do crime, na indicação ao cargo de conselheiro do Tribunal de Contas do Rio de Janeiro.
Na época, Flávio e Freixo eram deputados estaduais e discutiam a proposta do dia do desarmamento. No vídeo, Freixo cita claramente que Flávio Bolsonaro chegou a defender milícias, mudando de posição por conta do impacto da opinião pública. História e memória.
Vistas para que? - E coube a um parlamentar catarinense, Gilson Marques, do Novo Velho, adiar a votação na Comissão de Constituição e Justiça da prisão do deputado Chiquinho Brazão. Disse que não teve tempo de ler os documentos, mas o trabalho da Polícia Federal era público desde domingo. Fosse ele um deputado eficiente já teria começado o trabalho no domingo mesmo. Não é assim que o Novo gosta?
Não foi, de novo - Na noite anterior à viagem dos governadores do Sul e Sudeste a Brasília, com agendas ministeriais, o governador de Santa Catarina Jorginho Mello estava fazendo o que mais sabe: puxando o saco de Bolsonaro, do agora réu Jair Renan. Jorginho não foi a reuniões com Fernando Haddad, da Fazenda, e Ricardo Lewandoski, da Justiça, e mandou a vice, Marilisa Boehm, cumprir a agenda. Prioridades, né?
Considerações afinais
A Páscoa é uma das datas que eu acho mais bonitas do calendário cristão. É um período de pensar de fato nos valores mais nobres impressos na Bíblia: compaixão, solidariedade, amor ao próximo. Que sirva para que a gente afaste de vez os falsos cristãos, que trabalham pelo fim da justiça, pela restrição dos direitos e pelo fomento da cultura do ódio e exclusão.
Boa Páscoa pra quem acredita, bom feriado pra todo mundo e até a próxima <3
Não me chame pra uma embaixada, me chame pra Budapeste - Hungria (Imagem gerada por I.A)